Epicondilite medial
Dores
no braço e na região do cotovelo costumam ser bastante comum. E o desconforto
pode ser tão grande que interfere em atividades diárias comuns. Um dos problemas
mais comuns nessa região é a epicondilite
medial. Trata-se de um tipo de inflamação que ocorre nos tendões flexores
do antebraço. Para você entender melhor: o osso do braço, chamado úmero, possui
duas protuberâncias ou calombos na região próxima ao cotovelo. Essas
protuberâncias são denominadas epicôndilos medial e lateral. A epicondilite
medial, como o próprio nome indica, é a inflamação dos tendões do
epicôndilo medial.
A
dor do “cotovelo de golfista” pode aparecer de repente ou gradualmente e se
caracteriza por:
- Dor e sensibilidade na parte interna do cotovelo;
- Possível fraqueza nas mãos e pulsos;
- O cotovelo pode ficar rígido e doer quando fechar o pulso;
- Dormência ou formigueiro que irradia para um ou mais dedos, geralmente o anelar e o mindinho (Cerca de 50% dos casos de epicondilalgia medial do cotovelo têm sintomas neurológicos associados à compressão do nervo cubital);
- Também pode haver dor ao fechar a mão com os dedos para dentro;
Esses
tendões são responsáveis por aqueles movimentos de flexão que estamos
acostumados a realizar todos os dias, como flexionar os dedos, dobrar os punhos
e rodar a palma da mão para baixo, por exemplo. A epicondilite
medial também é conhecida pelo nome informal de “cotovelo
de golfista” pois devido aos movimentos exigidos nessa atividade, a
incidência nos praticantes do esporte é bastante grande. A epicondilite
medial ocorre em cerca de 0,5% da população em geral, principalmente em
pessoas com idades entre 45 e 55 anos e que são ativas.
Uma
dor de cotovelo com o nome bastante semelhante é a epicondilite
lateral, que seria o “cotovelo do tenista”. Nesse caso, a dor fica
mais concentrada na região lateral do cotovelo, devido aos movimentos de
extensão do braço realizados durante os jogos de tênis e outras atividades
físicas e esportivas.
Quais são as causas e sintomas da epicondilite medial
A epicondilite
medial podem ter várias causas. A sobrecarga repetitiva sobre os tendões
do local é um dos motivos principais. Esportes como o golfe, a musculação e o
tênis ocasiona essa sobrecarga diversas vezes durante a atividade física e podem
ocasionar esse tipo de epicondilite.
Atividades que exijam esforços repetitivos nessa área também originam o
problema. Outra causa bastante comum é o trauma na região por pancadas, batidas
e acidentes, que podem lesar músculos e tendões.
Os
sintomas da epicondilite
medial são fáceis de serem observados, por isso seu diagnóstico também
costuma ser rápido.Quando a epicondilite medial aparece, a pessoa afetada sente
uma dor aguda na parte interna do cotovelo, justamente onde fica o epicôndilo
medial. A dor ou desconforto pode irradiar por todo o antebraço, mas em uma
observação mais extrema, ainda terá seu ponto mais doloroso próximo ao osso
medial no cotovelo.
Geralmente
é possível diagnosticar a epicondilite
medial apenas com o exame clínico e a observação dos sintomas do
paciente. O ultrassom e mesmo a ressonância magnética pode ser necessárias
quando o paciente não responde aos tratamentos iniciais, dúvidas no diagnóstico
ou se há a necessidade de excluir a presença de outras lesões associadas.
Complicações
da epicondilite medial
Além
disso, a epicondilite
medial também pode estar associada a outros problemas, como a neuropatia
do nervo ulnar, uma compressão deste nervo, também conhecida como síndrome do
túnel cubital, que está localizado logo após o epicôndilo medial. Geralmente ele
causa formigamento nos dedos da mão, principalmente entre o quarto e o quinto
dedo. Em casos mais graves pode causar perda da força na região.
A
doença também pode estar associada à instabilidade medial do cotovelo. Ela
costuma ocorrer principalmente em quem pratica atividades esportivas com
frequência como o arremesso, que exige o movimento em valgo de modo repetitivo e
pode causar lesões nos ligamentos mediais do cotovelo do esportista.
Algumas
vezes, a epicondilite
medial pode resultar em uma complicação. É o acometimento do nervo ulnar
pois a proximidade com ele é grande. Esse nervo é justamente aquele que nos
causa uma sensação de choque quando batemos o cotovelo em um objeto ou
móvel.
epicondilite
medial caso apresente formigamento frequente na mão, principalmente nos
dedos anular e mínimo, possivelmente apresenta um problema com o nervo ulnar.
Nesse caso, novos exames físicos devem ser feitos para avaliar a necessidade de
uma cirurgia onde é feito um desbridamento (limpeza) do tendão e a descompressão
do nervo.
Como é o tratamento da
epicondilite medial
O
tratamento da epicondilite
medial é baseado em três fatores importantes: controle da dor,
reabilitação da musculatura que foi atingida e prevenção para diminuir os riscos
do problema ocorrer novamente. Geralmente o tratamento atinge os resultados
pretendidos e tem uma taxa de sucesso que varia entre 88% a 96% dependendo do
caso. Isso vai depender das causas, do tratamento escolhido e também do
compromisso do paciente para fazer o que é pedido pelo médico.O
controle da dor pode ser alcançado de várias maneiras. As principais formas são
terapias como a fisioterapia e a acupuntura,
realizadas sozinhas ou combinadas. Além disso, os especialistas indicam o uso de
medicações anti-inflamatórias que podem ser orais ou tópicas, imobilização do
local afetado e órteses. Para escolher o melhor método curativo, o médico leva
em conta não só o perfil do caso como também o histórico de saúde do paciente.
Algumas vezes as infiltrações podem
ser indicadas, geralmente quando outros tratamentos anteriores utilizados não
são eficazes, mas como apresentam alguns riscos, devem ser discutidas entre
médicos e paciente e não costumam ser realizadas rotineiramente.
Paralelamente
é avaliado as causas da epicondilite
medial para que se evite as atividades que a causaram, seja no trabalho,
em casa ou em atividades esportivas. Dessa forma evita-se o agravamento do
problema e aumenta-se as chances do tratamento de reabilitação.
A
reabilitação se inicia após a recuperação da fase aguda dolorosa. Para
reabilitar os tendões do epicôndilo medial é aconselhado uma série de exercícios
baseados no alongamento da musculatura flexora, com a ativação da musculatura
antagonista para o resultado ser mais eficaz. Os exercícios também visam o
fortalecimento dos músculos. A reabilitação é conseguida de forma simples, mas
sua evolução total pode demorar até um ano dependendo do caso. O fortalecimento
da região também pode ser conseguido com acupuntura e fisioterapia.
Uma
nova opção para esses casos é a terapia por ondas de choque, que vem
apresentando bons resultados no tratamento de diversas patologias
músculo-esqueléticas, como epicondilite medial e lateral, fascite plantar, síndrome dolorosa
miofascial e outras dores.
Muitas
vezes, a dor da epicondilite
medial acaba resultando em um aumento nociceptivo, ou seja, acabam
surgindo outras dores associadas devido ao desuso e contraturas
músculo-esqueléticas, como a dor miofascial. Assim, um tratamento eficaz pode
ser feito com a associação de tratamento farmacológico + acupuntura +
infiltrações + fisioterapia.
A
prevenção deve ser feita para evitar a volta do problema e recidiva da dor. Ela
leva em conta principalmente as causas do surgimento da epicondilite
medial. Para quem é atleta, por exemplo, há uma avaliação e adequação
tanto da técnica usada nas atividades esportivas quanto no material esportivo
utilizado para a prática do esporte.
Uma
vez que a epicondilite medial ocorre pelo uso excessivo dos músculos que
flexionam o punho, é importante não sobrecarregá-los. Aos primeiros sinais de
dor na parte interna do cotovelo, deve-se diminuir a atividade e procurar um
médico. A dor do “cotovelo de golfista” não tem que mantê-lo fora de campo ou
afastado de suas atividades preferidas. Com descanso e tratamento adequado,
poderá voltar a ter uma vida normal.
Quando é necessário a cirurgia na epicondilite
medial
Quando
todo esse tratamento de alívio da dor, reabilitação e prevenção não chega ao
resultado esperado, pode ser necessário a cirurgia. É uma situação bastante rara
pois geralmente as medidas tomadas para reabilitação, quando realizadas de forma
correta costumam resolver. No entanto, são raros e poucos os casos que precisam
de cirurgia!
A
cirurgia exige alguns exames prévios. O seu objetivo é a remoção dos tecidos
doentes. Se houver alguma alteração no nervo ulnar, ele também deve ser tratado.
O mais comum é a descompressão da região do túnel cubital. Esse nervo pode ser
transferido, ou seja, transposto para uma região anterior abaixo ou acima dos
músculos do antebraço. A cirurgia pode ser feita por antroscopia ou via
aberta.
Nenhum comentário:
Postar um comentário